A Conquista que Ninguém Acreditava

Para alguns que viveu naquela época, permanecerá como um dos dias mais belos de suas vidas, senão o mais belo. Para quem ainda não estava lá (para aqueles torcedores gialloblù que vieram depois), se tornou um Mito que moldou parte de sua crença.

Foi no Estádio Comunale de Bergamo, que a Hellas Verona empatou em 1 a 1 contra a Atalanta, sagrando-se pela primeira e, até o momento, irrepetível vez, Campeã da Itália. Era 12 de maio de 1985.

Um Scudetto único. Porque a Série A era, sem dúvida, o melhor campeonato do mundo, com os melhores jogadores italianos e estrangeiros todos nos times de futebol da Itália. Porque desde que existe a Série A em turno único, portanto desde 1929, nem antes nem depois existem outros times expressão de uma cidade que não é capital de região capazes dessa façanha. Porque cem mil veroneses ou mais se reuniram na praça, nas ruas, nas casas, para o mais alto momento de glória esportiva jamais vivido pela cidade. Porque o Diretor Esportivo Mascetti, o técnico Bagnoli, Elkjaer, Briegel, Tricella, Garella, Galderisi, Fanna, Volpati, Di Gennaro, Bruni, Spuri, Ferroni, Fontolan, Donà, Sacchetti, Terracciano, Turchetta e os irmãos Maragon e todos os outros protagonistas daquela jornada são nomes entregues para sempre à Lenda.

A Série A 1984/1985 contou com 16 equipes disputando o título de campeão italiano. A competição se destacou pelo equilíbrio defensivo e pela ascensão de equipes consideradas menores no cenário nacional. A Hellas Verona teve uma campanha notável, conquistando o título de forma inédita e foi considerado uma das maiores surpresas da história do futebol italiano. A competição ocorreu entre 16 de setembro de 1984 e 19 de maio de 1985.

Vale lembrar que o Napoli havia contratado Diego Maradona em 1984. Mais especificamente, foi no verão de 1984 que o clube italiano concretizou a contratação do astro argentino, após uma passagem de dois anos pelo Barcelona. A transferência custou ao Napoli cerca de 8 milhões de euros, um valor recorde para a época.

Outro ponto interessante é que na época, a Itália não se classificou para a Eurocopa de 1984, que foi disputada na França.

A Hellas Verona fez uma temporada espetacular sob o comando do técnico Osvaldo Bagnoli, a equipe apresentou um futebol sólido e coletivo, com grande destaque para jogadores como Preben Elkjær Larsen e Hans-Peter Briegel. Elkjær Larsen marcou gols cruciais e foi um dos protagonistas do ataque. A defesa foi uma das menos vazadas, com atuações consistentes de Claudio Garella no gol.

A temporada 1984/1985 da Série A italiana é lembrada como uma das mais imprevisíveis da história, graças ao título histórico do Hellas Verona. Este triunfo representou um momento de sonho para clubes médios no futebol europeu e reforçou a ideia de que com planejamento e união, surpresas são possíveis até nas ligas mais competitivas. Os gialloblù tiveram a maior sequência de vitórias (15 partidas) e, ao lado da Inter de Milão, obteve a maior sequência de invencibilidade que, também, foram de 15 jogos. 

Já a Cremonese acumulou os títulos de maior sequência de derrotas e de partidas sem vencer, ambas, foram de 19 partidas. 

Início e término: A temporada começou em setembro de 1984 e terminou em maio de 1985.

Formato: Sistema de pontos corridos em turno e returno, com cada equipe jogando 30 partidas.

Critérios de pontuação: Vitória valia 2 pontos, empate 1 ponto e derrota 0.

Classificação Final

Hellas Verona (Campeão)

Torino

Internazionale

Sampdoria

Milan

Roma

Fiorentina

Napoli

Juventus

Avellino

Como

Atalanta

Udinese

Cremonese (Rebaixado)

Lazio (Rebaixado)

Ascoli (Rebaixado)

Interessante observar que surpreendentemente, nenhum dos três grandes (Juventus, Milan e Internazionale) conseguiu ficar entre os dois primeiros colocados.

A temporada 1984-1985 do Campeonato Italiano marcou o início de uma era de ouro para a liga, com a chegada de diversos craques estrangeiros que abrilhantaram os gramados da Itália. Além de Diego Maradona no Napoli, outros grandes jogadores estrangeiros fizeram parte da competição naquela temporada.

É importante lembrar que, naquela época, havia um limite para o número de estrangeiros por time no Campeonato Italiano, o que tornava cada contratação ainda mais estratégica e valorizada.

Alguns dos principais jogadores estrangeiros que atuaram na Serie A em 1984-1985 foram:

Diego Maradona (Napoli): Dispensa apresentações. O craque argentino chegou ao Napoli naquela temporada e logo se tornou um ídolo, revolucionando o clube e o futebol italiano.

Michel Platini (Juventus): O meia francês já era um ídolo na Juventus e continuou a brilhar na temporada 1984-1985, sendo um dos principais jogadores da equipe.

Zbigniew Boniek (Juventus): O atacante polonês, companheiro de Platini na Juventus, também era um jogador importante na equipe.

Karl-Heinz Rummenigge (Inter de Milão): O atacante alemão chegou à Inter de Milão após passagens de sucesso pelo Bayern de Munique e era uma das estrelas da equipe.

Junior (Torino): O lateral-esquerdo brasileiro, campeão mundial em 1982, chegou ao Torino e trouxe sua qualidade e experiência para o futebol italiano.

Sócrates (Fiorentina): O meio-campista brasileiro, ídolo do Corinthians e também presente na seleção brasileira de 1982, chegou à Fiorentina naquela temporada.

Cerezo (Roma): O volante brasileiro, outro integrante da seleção de 1982, já atuava pela Roma e era um dos destaques da equipe.

Preben Elkjær Larsen (Hellas Verona): O atacante dinamarquês foi um dos pilares do surpreendente título do Hellas Verona naquela temporada.

Além desses, outros jogadores estrangeiros de destaque que atuaram na Serie A em 1984-1985 incluíam:

Liam Brady (Sampdoria): Meio-campista irlandês com passagem pelo Arsenal.

Glenn Strömberg (Atalanta): Meio-campista sueco.

Aqui estão alguns dos principais jogadores italianos que disputaram a Serie A na temporada 1984/1985:

Roberto Baggio (Vicenza): Embora ainda jovem e atuando pelo Vicenza na Serie B (segunda divisão) naquela temporada, Baggio já demonstrava seu talento e começava a chamar a atenção de grandes clubes. Ele seria contratado pela Fiorentina na temporada seguinte. É importante mencionar Baggio aqui pois ele representa a nova geração que surgiria no futebol italiano.

Franco Baresi (Milan): Um dos maiores zagueiros da história do futebol italiano, Baresi já era um pilar da defesa do Milan e um dos líderes da equipe.

Giuseppe Bergomi (Inter de Milão): Outro grande defensor italiano, Bergomi já era um jogador importante na Inter de Milão, conhecido por sua forte marcação e regularidade.

Alessandro Altobelli (Inter de Milão): Atacante conhecido por seu faro de gol e presença na área, Altobelli era um dos principais jogadores da Inter de Milão e da seleção italiana.

Roberto Mancini (Sampdoria): Jovem e talentoso atacante, Mancini já mostrava seu potencial na Sampdoria, onde formaria uma dupla histórica com Gianluca Vialli.

Gianluca Vialli (Sampdoria): Companheiro de Mancini na Sampdoria, Vialli era outro atacante promissor que se destacava pela sua técnica e força física.

Paolo Rossi (Juventus): foi a sua última na Juventus, e foi marcada por altos e baixos, tanto para o jogador quanto para o clube. 

Marco Tardelli (Juventus): A temporada 1984/1985 foi a última de Tardelli na Juventus. Após essa temporada, ele se transferiu para a Inter de Milão, onde jogou de 1985 a 1987. Ele é um dos ídolos da seleção italiana campeã mundial em 1982.

Dino Zoff (Juventus): Embora estivesse em final de carreira, Zoff ainda era o goleiro titular da Juventus no início da temporada, representando a velha guarda do futebol italiano e um símbolo de segurança e experiência. Ele se aposentou durante a temporada.

Claudio Garella (Hellas Verona): Goleiro fundamental para o título histórico do Hellas Verona, Garella era conhecido por seu estilo peculiar e defesas importantes.

Antonio Di Gennaro (Hellas Verona): Meio-campista talentoso e peça chave no esquema do Hellas Verona campeão.

Pietro Fanna (Hellas Verona): Atacante importante para o Hellas Verona campeão, contribuindo com gols e assistências.

Artilharia

O destaque foi Michel Platini, da Juventus, que apesar de não conquistar o título com sua equipe, liderou a tabela de artilheiros com 18 gols.

Estatísticas Gerais:

Total de partidas jogadas: 240

Total de gols marcados: 504 (média de 2,1 gols por partida)