Itália sofre no primeiro tempo e leva 3 da Noruega: posse de bola inócua, erros individuais e atuação humilhante
A Seleção Italiana protagonizou um primeiro tempo desastroso diante da Noruega, em partida válida pelas Eliminatórias Europeias. Em 45 minutos que beiraram o constrangimento, o time comandado por Luciano Spalletti sofreu quatro finalizações em sua meta — e três delas terminaram no fundo das redes. O domínio de posse de bola, estatisticamente favorável aos italianos, serviu apenas para ilustrar a incapacidade criativa e a fragilidade defensiva do time.
Enquanto a Azzurra girava a bola sem profundidade, a Noruega foi objetiva e letal. Com uma transição rápida e aproveitando a desorganização defensiva do adversário, os noruegueses construíram uma vantagem contundente com eficiência cirúrgica. A Itália, por sua vez, terminou o primeiro tempo sem sequer acertar um único chute no gol adversário.
O primeiro gol contou com uma contribuição decisiva do zagueiro Alessandro Bastoni. O defensor da Inter de Milão, que já havia sido humilhado na goleada sofrida para o PSG na final da última Champions League, protagonizou mais um momento constrangedor. Desta vez, no meio do campo, Bastoni executou um passe completamente equivocado que ofereceu de bandeja a oportunidade para a Noruega abrir o placar. Como se não bastasse ser humilhado em seu atual clube (Inter), Bastoni parece ter buscado sentir a experiência semelhante vestindo a camisa da Itália.
A estrela do jovem Antonio Nusa brilhou intensamente na primeira etapa. O jovem atacante foi protagonista nas duas primeiras ações ofensivas da Noruega: deu a assistência precisa no gol inaugural e marcou o segundo com um chute que venceu Donnarumma. Sua atuação eletrizante expôs com clareza a lentidão e a apatia da defesa italiana.
O terceiro gol foi a síntese da humilhação. Erling Haaland, silencioso até então, recebeu em profundidade, dominou com frieza e, frente a frente com Donnarumma, aplicou um drible seco no goleiro, que ficou estirado no chão, vencido e sem reação, enquanto o atacante empurrava a bola para o gol vazio. O lance, tão plástico quanto humilhante, encerrou o primeiro tempo sob vaias e incredulidade da torcida italiana presente.
A performance da equipe deixou Spalletti visivelmente irritado à beira do campo. O treinador tenta reorganizar uma seleção historicamente forte, mas que nos últimos anos acumula frustrações — incluindo a ausência na última Copa do Mundo. Caso não haja uma reação contundente, o cenário tende a repetir fantasmas recentes, colocando em risco até mesmo a classificação para o próximo Mundial.
Se o futebol se faz com posse, finalizações e mentalidade vencedora, a Itália mostrou, neste primeiro tempo, que tem apenas o primeiro — e isso, por enquanto, não basta.
No segundo tempo, a Noruega quase marcou o quarto gol ao acertar a trave em mais uma chegada perigosa. Enquanto o travessão de Donnarumma ainda tremia, a torcida no estádio aplaudia a atuação avassaladora da equipe da casa. Para piorar o cenário azzurro, aos 82 minutos de jogo a Itália ainda não havia registrado sequer um chute na direção do gol adversário, escancarando a apatia e a incapacidade ofensiva do time de Luciano Spalletti. Por fim, ao longo dos 90 minutos, a seleção visitante conseguiu dar um chute no gol. O goleiro Örjan Nyland poderia facilmente ter feito uso de um travesseiro para dar um cochilo e ter ignorado tudo que se passou no Estádio Ullevaal Stadion.
É difícil imaginar uma terceira Copa do Mundo, consecutiva, sem a presença da Seleção Italiana, uma das camisas mais pesadas da história do futebol. Com quatro títulos mundiais no currículo, a Itália carrega uma tradição que, por si só, já impõe respeito. No entanto, apesar da força histórica, a classificação para a próxima edição do torneio não está garantida — e pode vir de forma sofrida, através da repescagem.
A possibilidade de a Itália disputar novamente a repescagem é enorme, e embora o caminho seja mais espinhoso, é provável que consiga carimbar sua vaga. Mesmo que seja de forma dramática ou até vergonhosa, a tendência é que os italianos estejam no Mundial. Ainda assim, essa trajetória conturbada até a classificação acende um sinal de alerta sobre o que esperar do time no torneio.
Caso a vaga venha pela repescagem, é prudente moderar as expectativas. Na Copa do Mundo, uma campanha consistente e de alto nível parece improvável diante da instabilidade recente. Assim, uma eliminação precoce — até mesmo antes das quartas de final — não seria surpresa. A Itália pode até estar no Mundial, mas dificilmente chegará com força suficiente para brigar entre os protagonistas.
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