Em matéria de futebol, eu tinha dois sonhos: ver a Itália campeã mundial e assistir pessoalmente à Seleção Italiana em um estádio. O primeiro foi realizado na Copa do Mundo de 2006, e o segundo, na Copa das Confederações de 2013. Por essa razão, a partida entre Itália e México continua sendo especial para mim.
Vivi a experiência única de assistir, in loco, alguns campeões mundiais de 2006, ainda em atividade: Gianluigi Buffon, Andrea Barzagli, Daniele de Rossi, Andrea Pirlo e Alberto Gilardino.
No pré-jogo (reconhecimento do campo e aquecimento), sem adivinhar o futuro, mas já acompanhava de perto aos futuros campeões da Euro2020: Giorgio Chiellini, Salvatore Sirigu e Leonardo Bonucci. Vale lembrar que nesse momento, era nítido que, sempre que Pirlo aparecia no telão do estádio, era ovacionado
No gigante Maracanã, ao realizar algumas finalizações, Balotelli já começou não dando sossêgo para José Corona. Depois, foi a vez de observar a bola sendo defendida por Buffon e, ainda, logo em sequência, tocando no travessão na finalização de Andrés Guardado. Momentos depois, ocorreu um lance suspeito onde a arbitragem não marcou uma penalidade em uma possível falta sobre Pirlo. Mas, minutos mais tarde, em cobrança de falta, Pirlo me fez dar o grito de gol. Infelizmente, Barzagli cometeu um pênalti em Giovani dos Santos e Chicharito deixou tudo igual no placar.
Em um segundo tempo com poucas chances de gol, as primeiras oportunidades surgiram com Pirlo, que cobrou duas faltas. Até que Balotelli marcou, e meu grito de gol se misturou ao de outros milhares de torcedores presentes no Maracanã, garantindo a vitória da Itália na estreia. Quando o autor do segundo gol italiano foi substituído por Gilardino, não faltaram aplausos.
Itália - Japão
Após deixar o Rio de Janeiro, alguns dias depois, fui para Pernambuco, o estado que me viu nascer, e, no meu canto, poder vibrar com a Seleção italiana.
Se o confronto contra o México foi especial por ter sido o primeiro, contra a seleção japonesa foi distinta, pois, ter a presença da Seleção da Itália no Leão do Norte é algo raro e ter feito parte disso não tem preço. Outra razão que fez a partida ter um toque especial foi por ter a companhia do meu irmão.
Na Arena Pernambuco, tinham muitos brasileiros que torciam para a equipe menos favorita, mas não eram poucos os que torciam para a Itália. Para os dois lados, cada vez que ocorria um gol muitas comemorações ecoavam no estádio. Foi mais um jogo que ficou marcado na minha história e que não esquecerei, pelos motivos já expostos, e pelo festival de gols.
Vale lembrar que o treinador da Seleção Japonesa era o italiano Alberto Zaccheroni.
O duelo começou equilibrado com ambos os lados incomodando os goleiros. Mas, foi uma pênalti cometido por Buffon que permitiu a seleção asiática começar em vantagem no placar. O japão chegou a estar vencendo por dois gols de diferença e o cenário estava perfeito para eu presenciar uma derrota da seleção pela qual estava torcendo. Faltando poucos minutos para o fim do primeiro tempo, após cobrança de escanteio de Pirlo, De Rossi estufou a bola nas redes com um cabeceio. Nos Acréscimos, Emanuele Giaccherini fez a bola agredir a trave.
Após esperar o fim do intervalo, querendo uma reviravolta italiana, mal o jogo recomeçou e a Itália conseguiu o empate com um gol contra. Poucos minutos depois, O juiz marcou uma penalidade para os italianos e Balotelli fez com que eu gritasse gol bem alto para afugenar alguns urubus que estavam ao meu redor. De Sciglio passou longe de ter feito uma boa Copa das Confederações, e um dos motivos foi que a falta que ele cometeu deu origem ao gol de cabeça que levou os adversários ao empate. Os japoneses criaram várias oportunidades para alcançar o quarto gol, inclusive, em uma sequência de finalizações, mandou a bola na trave e, no rebote, mandou no travessão. Todavia, quem acabou marcando o gol da vitória foi Sebastian Giovinco. Tomei um susto quando o Japão empatou, mas foi anulado por impedimento. Foi uma partida emocionante e maravilhosa com sete gols.
Brasil - Itália
Minha jornada acompanhando a Itália na Copa das Confederações chegou ao fim neste último jogo. Tive a oportunidade de assistir a todos os jogos da primeira fase pessoalmente no estádio.
No momento do hino nacional italiano, no Estádio da Fonte Nova tomado por torcedores de verde e amarelo, não poupei a voz e ajudei a erguer a bandeira da Itália de uns italianos que havia acabado de conhecer.
As duas seleções entraram em campo já classificadas para as semifinais, a questão agora era decidir quem ficaria com a primeira posição. Até um grande jogador do basquetebol, Kobe Bryant, estava em Salvador para conferir.
Durante todo o primeiro tempo, a seleção brasileira vinha merecendo o gol, o que só aconteceu nos acréscimos no último lance do primeiro tempo. O gol estava impedido, mas o juiz validou. Uma pena que não tinha o VAR nessa época ou na Copa de 2002.
Já no segundo tempo, com uma ótima assistência de calcanhar de Balotelli, Giacherini conseguiu empatar com um chute cruzado. Pude presenciar uma perfeita cobrança de falta de Neymar que deixou a torcida brasileira em êxtase. Em outro momento, Fred aproveitou de uma fraca marcação de Chiellini para ampliar o resultado. E foi dos pés de Giorgio que a Itália chegou ao segundo gol e diminuiu a diferença no placar. A Itália quase empatou com um cabeceio de Christian Maggio que fez a bola explodir no travessão. Os donos da casa casa decretaram sua vitória após um rebote de Buffon e Fred mandando a bola para o fundo do gol.
Para mim, a Copa das Confederações foi mágica! Eu sempre pedia à Deus para um dia assistir de perto a um jogo dos "Azzurri" e ele me permitiu e presenteou com três experiências únicas que levarei para sempre comigo e que jamais esquecerei.
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