Uma Travessia Italiana do Norte ao Sul: Salerno (Onde o Mar Encontra os Gols)




Depois de ter ficado hospedado em Parma e conhecido as encantadoras cidades de Parma, Reggio Emilia e Modena — cada uma com sua própria alma e história — embarquei em um trem rumo ao sul da Itália. Nápoles foi escolhida como minha terceira e última base de hospedagem nesta jornada. Foi a partir dela que segui para desbravar Salerno, cidade que guarda o charme da costa e o fervor das arquibancadas.

Em minha passagem por Salerno — uma joia costeira entre montanhas e mar — deixei-me conduzir por suas ruas antigas, onde o tempo sussurra segredos medievais aos que sabem escutar. Mas foi ao entardecer, no Estádio Arechi, que vivi um instante de epifania futebolística.




Diante de mim, Salernitana e Cosenza (Rodada 35 da Série B 2024/2025) duelavam não apenas por pontos, mas por honra, identidade e paixão. O Estádio Arechi, com seu ar de anfiteatro moderno, transformou-se em palco de bravura, onde cada passe era uma sílaba e cada gol, um verso entoado em dialeto do sul. Vale destacar que um dos gols marcado foi de Franco Tongya (a quem já tinha visto de perto na Copa do Mundo FIFA Sub-17 de 2019, ocorrida no Brasil). 

A torcida, com a alma em chamas, pintava o ar com vozes e bandeiras, fazendo do estádio um coração que batia fora do peito. Ali, no humilde e belo templo granata, senti a alegria pura do futebol raiz — menos espetáculo, mais essência. E saí leve, como quem viveu um conto breve, mas eterno.






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