A introdução do Football Video Support (FVS) na Série C 2025/2026 da Itália marca um momento de ruptura. A tecnologia, que já impacta o futebol através do VAR, agora se adapta para dar voz aos treinadores. Dois casos notáveis na estreia do sistema trouxeram à tona o potencial e os dilemas da novidade. O FVS não é apenas uma ferramenta de correção; é um elemento estratégico que pode alterar o curso de um jogo.
Imagine um treinador com dois "desafios" por partida, podendo pedir ao quarto árbitro para que o árbitro principal revise um lance. No primeiro teste, Ciro Ginestra do Guidonia teve êxito em sua solicitação de pênalti, que foi assinalado. No segundo, Fabio Liverani do Ternana, buscando uma expulsão, não conseguiu convencer o árbitro, perdendo a "chamada".
Esse sistema transforma o técnico em um agente ativo na arbitragem, uma mudança radical. A decisão de usar o FVS se torna um cálculo de risco: o treinador arrisca uma das suas duas oportunidades para tentar mudar o rumo da partida. Se a jogada for revisada e a decisão do árbitro mudada, ele mantém o direito de usar a ferramenta novamente. Se o árbitro mantiver a decisão inicial, o "desafio" é perdido. Este método, batizado de challenge, é um termo do tênis e de outros esportes, o que ressalta a inovação e o toque estratégico que a Itália está trazendo.
O FVS pode ser a próxima grande evolução do futebol, combinando a tecnologia com o elemento humano e estratégico dos técnicos. A presença de Pierluigi Collina, ex-árbitro de renome, na estreia, indica que a FIFA está de olho nesse experimento italiano. A Série C da Itália, historicamente o berço de muitos talentos, agora pode ser o laboratório para o futuro da arbitragem no futebol mundial.
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