Na Série A de 1992-1993 vencida pelo Milan, conquistando seu 13º título (o segundo seguido). O campeonato ocorreu entre 6 de setembro de 1992 e 6 de junho de 1993. Foi uma temporada que contou com a primeira participação do time do Ancona na elite do futebol italiano e, principalmente, sobre a introdução de uma nova regra no futebol que proíbe o goleiro de usar as mãos para defender a bola quando ela é passada para trás por um jogador do mesmo time (exceto se o passe for de cabeça).
O verão de 1992 foi marcado por um mercado de transferências agitado no futebol italiano, impulsionado pelo aumento do número de estrangeiros que podiam ser contratados, mantendo-se o limite máximo de três na lista de jogadores para cada partida. Ao todo, 73 jogadores estrangeiros foram contratados.
O Milan, buscando um salto de qualidade em nível internacional, investiu pesado na construção de um elenco amplo, adquirindo jogadores de destaque como Savićević, o Bola de Ouro de 1991, Papin, e Lentini, do Torino. A transferência de Lentini, inclusive, gerou protestos da torcida do Torino e custou 18,5 bilhões de liras (além de uma investigação sobre um suposto pagamento extraoficial de 10 bilhões de liras, que prescreveu). O objetivo era alternar esses jogadores no time titular.
A Juventus respondeu contratando Vialli, da Sampdoria, por 40 bilhões de liras – na época, a maior quantia já paga por um jogador no mundo – além de Platt, Möller, Dino Baggio e Ravanelli.
O Napoli teve um verão particularmente movimentado. Mesmo enfrentando uma situação econômica instável, o clube não poupou esforços para voltar ao topo após o quarto lugar na temporada anterior. Contratou Fonseca do Cagliari, o meio-campista sueco Thern do Benfica, Bresciani e Policano do Torino, Pari da Sampdoria e Angelo Carbone do Bari. A torcida napolitana, no entanto, nutriu a esperança do retorno de Maradona, que ainda tinha contrato com o clube e cuja suspensão por doping terminava em 1º de julho daquele ano. Apesar das intensas negociações envolvendo o staff do jogador, o clube de Ferlaino, a Federação Italiana, a AFA e a FIFA (esta última interessada em Maradona como garoto-propaganda para a Copa do Mundo dos EUA), a negociação não se concretizou. Maradona não voltou para o Napoli e se transferiu para o Sevilla.
Vários clubes investiram em jogadores do chamado "Foggia dos Milagres", que havia impressionado na temporada anterior. Rambaudi e Codispoti foram para a Atalanta, Matrecano para o Parma, Baiano para a Fiorentina (que também contratou o alemão Effenberg e o dinamarquês Brian Laudrup), Signori para a Lazio e Shalimov para a Inter (que também adicionou Schillaci, De Agostini, Sammer, Pančev, Rubén Sosa e Manicone ao elenco do novo técnico Bagnoli). O Foggia, por sua vez, contratou jogadores das divisões inferiores e, devido à sua baixa média de idade (23 anos), era uma das maiores incógnitas do torneio.
Na Capital, a Roma contratou Mihajlović do Estrela Vermelha e Caniggia da Atalanta, enquanto a Lazio, sob o novo presidente Sergio Cragnotti, contratou o inglês Gascoigne, Winter do Ajax e apostou nos jovens Luzardi, Bonomi, Favalli e Marcolin (estes três últimos contratados em bloco do Cremonese, recém-rebaixado). O Parma, em ascensão, reforçou o ataque com o colombiano Asprilla e o meio-campo com o experiente Pin, vindo da Lazio. Por fim, o recém-promovido Brescia contratou o talentoso romeno Hagi do Real Madrid.
Primeiro Turno
Já nas primeiras rodadas, percebeu-se que o campeonato terminaria com a vitória do favorito Milan, já em fuga após a segunda rodada.
O recém-promovido Pescara de Giovanni Galeone despertou curiosidade inicialmente, mas logo voltou ao seu lugar, enquanto o campeonato abandonava gradualmente o clássico "catenaccio" (tática defensiva) para se dedicar a um jogo mais ofensivo e espetacular, bem como a uma defesa em zona nem sempre impecável; os 48 gols marcados em 4 de outubro quebraram um antigo recorde (42) que durava desde 1930. Foi o Torino do pragmático Emiliano Mondonico que tentou uma perseguição, bloqueando pela primeira vez os "rossoneri" (Milan) com um empate em 1º de novembro de 1992, mas perdendo o derby duas semanas depois.
Na décima terceira rodada, o Milan já tinha 8 pontos de vantagem sobre o Torino, a Inter e a Fiorentina, que, apesar da boa posição na tabela, demitiu o técnico Luigi Radice em 3 de janeiro de 1993 devido a desentendimentos com a diretoria; o treinador foi substituído por Agroppi. No final do primeiro turno, os "rossoneri", apesar da ausência forçada de seu camisa nove Van Basten devido a problemas físicos, mantiveram os 8 pontos de vantagem sobre os concidadãos "nerazzurri" (Inter), enquanto o terceiro colocado, a surpreendente Atalanta de Marcello Lippi, estava a 11 pontos de distância. Os resultados de Napoli e Roma foram decepcionantes. Os "azzurri" (Napoli) caíram para o antepenúltimo lugar e o técnico Ranieri pagou as consequências, sendo substituído pelo treinador dos sucessos de Maradona, Bianchi. A mesma vergonha atingiu os "giallorossi" (Roma), mas Boskov, que chegou à capital após os triunfos no comando da Sampdoria, permaneceu no banco.
O Milan encerrou o primeiro turno conquistando 31 dos 34 pontos disponíveis, graças a quatorze vitórias e três empates, melhorando seu próprio recorde de 29 pontos do torneio anterior.
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